No Brasil, 25% do volume comercializado já é feito na embalagem alternativa, que se assemelha a uma caixa de leite longa vida
Imagine esta cena: você vai a um restaurante, pede a carta de vinhos e escolhe um. Na hora de servir a bebida, o garçom coloca à mesa uma caixa de papelão, dessas parecidas com as de leite longa vida, mas com capacidade um pouco maior. Você, por um momento, pode até achar que se trata de uma brincadeira, mas descobre que não. A caixa em questão, batizada com o nome de bag-in-box, (bolsa na caixa, em tradução livre), não é novidade, mas, no Brasil, como forma de redução de custos, sua adoção tem crescido nos últimos anos.
O modelo foi criado pela americana Scholle Packaging há 50 anos. A embalagem é composta por uma bolsa de poliéster flexível com bocal e tampa, que pode ser acondicionada em uma caixa de papelão, madeira ou plástico. “A bag-in-box eleva a vida útil do produto", diz Paula Ziolli, responsável pelo marketing da Scholle Brasil. "O vinho, depois de aberto, pode ser consumido em até dois meses, pois sua tampa não permite que o oxigênio entre em contato com a bebida." Isso evita a oxidação da bebida.
O custo menor é um dos atrativos da embalagem alternativa. Um exemplar pode substituir de quatro a seis garrafas de vidros, dependendo do tamanho, e reduzir em até 30% o preço final da bebida. As versões da bag-in-box de três e cinco litros são as mais usadas pelos produtores de vinhos brasileiros. A Scholle é líder mundial no fornecimento da embalagem. Na América Latina, cerca de 70% da bebida envasilhada em bolsas usam as embalagens da companhia.
De cada quatro vinhos, um está em sacola
No Brasil, mais de 75 vinícolas já adotam o sistema. Segundo estimativas, mais de 25% dos vinhos nacionais são envasados em bag-in-box. O grupo Valduga, tradicional vinícola da cidade de Bento Gonçalves (RS), foi o primeiro a experimentar a embalagem. Há aproximadamente cinco anos, a companhia passou a envasilhar parte da sua produção de vinhos de mesa e finos na bag-in-box. Segundo Juarez Valduga, presidente do grupo, cerca de 20% dos vinhos produzidos pela vinícola são acondicionados nas sacolas.
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